O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal rival do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, está sendo formalmente acusado de 142 crimes, segundo a denúncia publicada nesta terça-feira (11) pelo Ministério Público da cidade e consultada pela AFP. 

Segundo a agência de notícias oficial turca Anadolu, Imamoglu, preso em março sob acusações de "corrupção" e considerado pelos tribunais como líder de uma organização criminosa, pode pegar até 2.340 anos de prisão. 

O prefeito da maior cidade da Turquia, candidato do principal partido da oposição nas próximas eleições presidenciais, é acusado, entre outros crimes, de fraude, lavagem de dinheiro e manipulação de licitações, segundo a denúncia de mais de 3.700 páginas. 

Imamoglu, figura proeminente do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), nega todas as acusações desde sua prisão.

Na denúncia, são citados 402 suspeitos acusados de formar uma organização criminosa. Entre eles estão pessoas próximas ao prefeito de Istambul, que foram presas com ele em 19 de março.

O procurador-geral de Istambul declarou nesta terça-feira que a rede causou prejuízos de 160 bilhões de liras (3,78 bilhões de dólares, 20,1 bilhões de reais) ao Estado turco em uma década. 

A prisão de Imamoglu, que o CHP classificou como um "golpe de Estado", desencadeou a maior onda de protestos na Turquia desde 2013. 

Como parte das mesmas investigações, o Ministério Público de Istambul indicou, nesta terça-feira, a intenção de processar o CHP por "violação da Constituição", alegando que membros da rede supostamente liderada por Imamoglu transmitiram listas eleitorais ilegalmente.

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