Uma organização que representa os meios de comunicação internacionais em Israel e nos territórios palestinos, condenou, nesta segunda-feira (10), os ataques de colonos israelenses a jornalistas na Cisjordânia ocupada, e pediu que as autoridades acabem "imediatamente" com a violência.
A Associação de Imprensa Estrangeira (AIE), que representa centenas de jornalistas estrangeiros, disse estar "consternada" pelos recentes ataques, especialmente durante a a colheita de azeitonas.
"Os jornalistas, tanto locais como estrangeiros, têm sido um alvo claro ao documentar um nível sem precedentes de violência descontrolada contra os palestinos durante a colheita de azeitonas deste ano", declarou a associação, citando dois incidentes envolvendo jornalistas de meios de comunicação internacionais.
A AIE afirmou que, no sábado (8), dois trabalhadores da agência de notícias Reuters, claramente identificados como imprensa, foram agredidos por civis israelenses mascarados armados com madeiras e pedras perto da aldeia palestina de Beita.
"Um grupo de cerca de dez colonos agrediu (...) uma repórter quando ela já estava no chão", além daqueles que tentaram ajudá-la, indicou a associação.
Em 10 de outubro, colonos agrediram a pauladas um fotógrafo veterano da AFP que filmava a colheita de azeitonas na mesma área. Seu carro e outros estacionados a uma distância segura do campo, foram apedrejados e depois incendiados.
O fotógrafo afirmou que "as forças israelenses presentes no local se negaram a intervir e, em vez disso, dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os coletores de azeitonas", segundo a AIE.
Nas últimas semanas ocorreram vários incidentes deste tipo, acrescentou a associação.
"Isto faz parte de um clima de hostilidade cada vez maior das autoridades israelenses em relação à imprensa", indicou a AIE, instando Israel a investigar os incidentes e responsabilizar os autores.
Contatado pela AFP, o Exército israelense não respondeu de imediato.
Um jornalista da AFP faz parte do conselho diretivo da AIE.
Cerca de 500 mil colonos vivem na Cisjordânia, ocupada desde 1967 por Israel e onde a violência disparou desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023.
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