A China anunciou nesta segunda-feira (10) que adicionou Estados Unidos, Canadá e México à lista de países que necessitam de licenças especiais para a exportação de alguns precursores de fentanil e indicou 13 substâncias químicas que precisarão de controle para serem enviadas a esses países. 

Os precursores químicos são ingredientes essenciais para a produção de fentanil e metanfetamina. 

Washington há muito tempo acusa Pequim de não tomar medidas eficazes para conter o fluxo dessas substâncias, que alimentam a devastadora crise de opioides nos Estados Unidos. 

De fato, pouco depois de retornar à Casa Branca este ano, o presidente americano, Donald Trump, impôs tarifas adicionais de 20% sobre produtos provenientes da China devido ao suposto papel do país na cadeia de suprimentos do fentanil. 

No entanto, Pequim se comprometeu desde então a deter o fluxo para os Estados Unidos de materiais usados na fabricação desse opioide sintético. 

O presidente americano assinou na terça-feira um decreto que reduz para 10% as tarifas adicionais sobre diversos produtos da China, como parte de um acordo com seu homólogo Xi Jinping, selado após uma reunião entre ambos na Coreia do Sul. 

"Com o objetivo de melhorar ainda mais a gestão das exportações de precursores químicos", decidiu-se ajustar "o catálogo de precursores químicos exportados para países (regiões) específicos", informou o Ministério do Comércio chinês em comunicado.

Também foram adicionados "Estados Unidos, México e Canadá" a esse catálogo e incluídos "13 precursores químicos para esses três países", acrescentou. 

A nova norma, emitida conjuntamente pelo Ministério do Comércio, Ministério da Segurança Pública, Ministério da Gestão de Emergências, Administração Geral das Alfândegas e Administração Nacional de Produtos Médicos, entrou em vigor imediatamente, informou a agência estatal de notícias Xinhua. 

Os exportadores, portanto, agora devem solicitar uma licença para exportar certos produtos químicos para os Estados Unidos, México e Canadá. 

O comunicado chinês não menciona as recentes negociações entre Pequim e Washington, mas a Casa Branca afirmou em 1º de novembro que Pequim havia concordado em "interromper o envio de determinados produtos químicos para a América do Norte" como parte das "medidas significativas para pôr fim ao fluxo de fentanil". 

O anúncio pode ser interpretado como um novo sinal de degelo nas relações econômicas desde a reunião entre Trump e Xi na Coreia do Sul.

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