Uma cultura de "racismo sistêmico" está enraizada há décadas no seio da Polícia Metropolitana de Londres, afirma um estudo publicado nesta sexta-feira (7), dois anos após outra análise ter chegado a conclusões similares.
Esta investigação independente, encomendada após um estudo de 2023 concluir que a Polícia Metropolitana é "institucionalmente racista, sexista e homofóbica", alertou sobre as consequências desses comportamentos.
Este novo relatório, de 126 páginas e redigido por Shereen Daniels, reconhecida especialista em recursos humanos e igualdade racial, tenta "avaliar" as dificuldades para implementar reformas na polícia.
Uma série de escândalos nos últimos anos tem diminuído a confiança dos cidadãos na polícia britânica, em particular o sequestro, estupro e assassinato em 2021 da londrina Sarah Everard por Wayne Couzens, um agente em serviço.
"Não se trata de um relato de incidentes individuais, mas de um diagnóstico das estruturas que tornam os preconceitos raciais um fenômeno recorrente", afirmou Daniels em um comunicado ao apresentar o relatório "Trinta tipos de preconceitos".
A Polícia Metropolitana declarou em um comunicado que reconhece "a magnitude dos desafios que o estudo apresenta".
Em 1999, outro relatório recomendou grandes reformas após advertir sobre a existência do racismo institucional na polícia, após o assassinato, em 1993, do adolescente negro Stephen Lawrence.
Escândalos mais recentes têm destacado o racismo, a homofobia, o sexismo e a misoginia persistentes dentro da instituição.
No mês passado, a BBC divulgou imagens gravadas com câmera oculta, durante sete meses, em uma delegacia no centro de Londres. Nessas imagens, vê-se agentes fazendo comentários sexistas, racistas e misóginos.
As imagens também incluíam opiniões anti-imigrantes e anti-muçulmanas e os agentes demonstravam complacência com o uso da força.
Em decorrência dessas imagens, cinco policiais foram demitidos.
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