A opositora venezuelana e Prêmio Nobel da Paz María Corina Machado acusou nesta quarta-feira (5) Nicolás Maduro de ter declarado guerra à sua própria população e apoiou o desdobramento militar dos Estados Unidos na região.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mobilizou navios de guerra, caças e milhares de soldados no Caribe, e aguarda o maior porta-aviões do mundo para operações contra o narcotráfico, embora Maduro afirme que o verdadeiro objetivo é derrubá-lo.

Pelo menos 67 pessoas morreram em bombardeios a supostas narcolanchas como parte dessas operações na região.

"Maduro não é um chefe de Estado legítimo. É o líder de uma estrutura narcoterrorista e declarou guerra contra o povo venezuelano e as democracias da região", disse Machado durante um fórum de negócios realizado em Miami (Flórida), no qual participou por videoconferência.

"Maduro começou essa guerra, e o presidente Trump está terminando com ela", acrescentou a opositora, que classificou a estratégia americana como "absolutamente correta".

Segundo Machado, as estruturas lideradas por Maduro se financiam por meio do tráfico de drogas, armas e pessoas, e ela garantiu que a administração Trump — seu principal aliado — está cortando essas fontes de renda com seus ataques recentes, nos quais dezenas de pessoas morreram nas últimas semanas.

Os ataques dos Estados Unidos no Caribe aumentaram a pressão sobre o governo de Maduro, a quem Washington acusa de ser um narcotraficante e de ter roubado da oposição as eleições presidenciais de julho de 2024.

O desdobramento de navios de guerra americanos no Caribe e a autorização de operações da CIA contra a Venezuela levaram o presidente do país sul-americano a denunciar que a administração republicana busca uma mudança de regime.

Em uma entrevista à CBS transmitida no domingo, Trump afirmou que os dias de Maduro como presidente estão contados, embora tenha minimizado o risco de uma guerra entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Machado está na clandestinidade desde que denunciou fraude nas eleições de 2024, nas quais Maduro voltou a se proclamar presidente.

Durante sua intervenção no America Business Forum em Miami, a opositora prometeu transformar a Venezuela de um "centro criminoso das Américas" em um "centro energético" do continente. Também disse que abriria o país ao investimento estrangeiro e lembrou que a nação caribenha possui as maiores reservas de petróleo do mundo.

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