O Fórum de Famílias de Reféns, principal associação de parentes dos sequestrados israelenses em Gaza, pediu nesta segunda-feira (27) a suspensão das próximas etapas do acordo de cessar-fogo até que o Hamas devolva todos os corpos presentes no território palestino.

Em um comunicado, as famílias lembram que o pacto incluía o retorno de todos os reféns - vivos e mortos - há duas semanas e instaram "o governo israelense, a administração americana e os mediadores a não avançarem para a próxima fase" até que o movimento islamista palestino "tenha cumprido todas as suas obrigações".

A segunda fase inclui, principalmente, o desarmamento do Hamas e a anistia ou o exílio de seus combatentes, assim como a continuidade da retirada do Exército israelense da Faixa de Gaza, pontos que continuam sendo objeto de debate.

Em 13 de outubro, o grupo palestino libertou a tempo os sequestrados vivos.

No entanto, entregou apenas os restos mortais de 15 dos 28 reféns falecidos, alegando dificuldades para encontrar e extrair os corpos das ruínas do território palestino, devastado após dois anos de guerra.

Com o objetivo de acelerar a restituição, uma equipe técnica egípcia foi "autorizada a cruzar a linha amarela" que delimita a zona controlada por Israel, confirmou Shosh Bedrosian, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense.

O chefe dos negociadores do Hamas, Khalil al Hayya, destacou no sábado a dificuldade de localizar alguns restos mortais, "já que a ocupação modificou o relevo de Gaza" durante a guerra.

"Além disso, algumas pessoas que enterraram esses cadáveres foram assassinadas ou não se lembram do local onde os enterraram", explicou Al Hayya, que reiterou a vontade do movimento islamista palestino de cumprir o acordo.

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