O atual secretário de Finanças da Argentina e ex-executivo do banco americano JP Morgan Pablo Quirno será o próximo chanceler do governo de Javier Milei após a renúncia, na quarta-feira (22), de Gerardo Werthein, informou o Executivo a três dias das eleições legislativas.

A nomeação entrará em vigor na segunda-feira e marca uma guinada abertamente econômica da diplomacia argentina.

A decisão busca aprofundar "o vínculo entre a Chancelaria e o Ministério da Economia e a visão pró-mercado da gestão com vistas à segunda etapa" do governo, escreveu a Presidência em um comunicado.

O anúncio ocorre em meio a boatos sobre mudanças no gabinete após as eleições de domingo, nas quais o presidente Javier Milei quer aumentar seu pequeno apoio legislativo. 

Quirno trabalhou por 17 anos na empresa de serviços financeiros JP Morgan e foi por dois anos funcionário do Ministério da Economia do ex-presidente de direita Mauricio Macri (2015-2019). 

Muito próximo do atual ministro da Economia, Luis Caputo, foi seu braço direito quando ele presidiu o Banco Central em 2018. Também participou das negociações do governo Milei com credores como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e os Estados Unidos.

Gerardo Werthein renunciou na quarta-feira, após quase um ano no cargo, após substituir a primeira chanceler de Milei, Diana Mondino.

Werthein esteve envolvido na obtenção pela Argentina de uma linha de crédito dos Estados Unidos de 20 bilhões de dólares (R$ 107 bilhões, na cotação atual) mediante um swap (intercâmbio de divisas). Washington prometeu outros US$ 20 bilhões em fundos públicos e privados para enfrentar as turbulências dos mercados.

O atual chanceler foi questionado por apoiadores de Milei devido à reunião bilateral de 14 de outubro entre o presidente argentino e seu par americano, Donald Trump.

A reunião foi reduzida a uma saudação e um almoço na Casa Branca com trocas de mensagens sobre o apoio financeiro americano, que Trump condicionou a uma vitória eleitoral da situação nas legislativas de domingo.

Em seguida, Milei assegurou que o apoio de Trump está garantido até o fim de sua gestão, em 2027.

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