Os bancos franceses BNP Paribas, Société Générale e Crédit Agricole diminuíram seu apoio financeiro à indústria fóssil na Amazônia, parcialmente responsável pelo desmatamento, de acordo com dados publicados nesta terça-feira (21) pela ONG Stand.earth.
Entre janeiro de 2024 e junho de 2025, os financiamentos diretos contabilizados foram de 6 milhões de dólares (32,2 milhões de reais na cotação atual) por parte do Crédit Agricole (28º lugar no ranking mundial), 4 milhões de dólares (21,5 milhões de reais) do BNP Paribas (35º lugar) e 1 milhão de dólares (5,3 milhões de reais) do Société Générale (55º lugar).
Esses valores são muito inferiores ao total desde 2016: 250 milhões de dólares (1,3 bilhão de reais) por parte do BNP Paribas, 198 milhões de dólares (1 bilhão de reais) da Société Générale e 86 milhões de dólares (462 milhões de reais) do Crédit Agricole.
A ONG destacou que o BNP Paribas "introduziu exclusões específicas para a Amazônia", embora tenha criticado algumas lacunas que permitem financiar empresas com atividades na região, como a Petrobras.
Contatada pela AFP, a instituição bancária destacou "o claro avanço dos bancos europeus, especialmente o BNP Paribas, neste campo".
Por sua vez, uma porta-voz do Société Générale indicou que o banco reduziu sua exposição à produção de petróleo e gás em mais de 50% desde 2019, com o objetivo de atingir -80% até 2030, com base em critérios de exclusão específicos do setor, com menção explícita à Amazônia equatoriana.
O Crédit Agricole não respondeu ao pedido de comentários da AFP.
Os bancos franceses continuam muito atrás de gigantes americanos como JPMorgan, Citi e Bank of America em termos de financiamento de energias fósseis na Amazônia.
De acordo com a Stand.earth, embora a exploração petrolífera não seja a principal causa do desmatamento, em certas regiões ela abre caminhos em florestas intactas, facilitando o desenvolvimento de outras indústrias, muitas vezes ilegais, e acelerando a perda de florestas.
A ONG lembra também que os combustíveis fósseis são a principal fonte de emissões globais de gases de efeito estufa.
Em outubro de 2022, o BNP Paribas recebeu duas notificações sobre seu dever de diligência devido ao seu apoio financeiro à Marfrig, empresa brasileira de processamento de carne, por seu impacto no desmatamento e pelo financiamento de novos projetos de petróleo e gás, o que resultou em duas denúncias em fevereiro de 2023.
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