O Kremlin afirmou nesta sexta-feira (17) que há "muitas" questões a resolver antes do encontro em Budapeste entre o presidente russo Vladimir Putin e seu homólogo americano, Donald Trump, incluindo a composição das respectivas delegações.

"O ministro das Relações Exteriores (Sergey) Lavrov e o secretário de Estado (Marco) Rubio começarão a trabalhar nisso. Há muitas questões. É necessário definir as equipes negociadoras e outros pontos", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

Trump anunciou na quinta-feira que se reunirá em breve com Putin em Budapeste, após uma conversa telefônica na qual, segundo o americano, foram registrados "grandes progressos".

O presidente republicano fez o anúncio na véspera de um encontro em Washington com o homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, que chegou aos Estados Unidos com a esperança de que Washington forneça mísseis Tomahawk a Kiev.

Os projéteis de longo alcance permitiriam às tropas ucranianas atacar alvos na Rússia muito distantes da linha de frente.

Peskov comentou que o encontro de Putin e Trump "poderia efetivamente ocorrer dentro de duas semanas, ou um pouco mais tarde". 

A Comissão Europeia declarou nesta sexta-feira que vê com bons olhos a reunião de cúpula, se esta servir para "avançar com o processo de paz".

O último encontro entre os dois presidentes ocorreu em 15 de agosto no Alasca. A cúpula não permitiu nenhum avanço concreto visando a resolução do conflito, que começou em fevereiro de 2022 com a ofensiva russa em território ucraniano.

Se a reunião em Budapeste se concretizar, o encontro acontecerá em um país, a Hungria, cujo primeiro-ministro Viktor Orban se destacou como um dos maiores críticos na Europa ao apoio militar e diplomático fornecido à Ucrânia.

Na frente de batalha, a Rússia, que controla quase 20% do território ucraniano, anunciou nesta sexta-feira a tomada de mais três localidades nas regiões de Dnipropetrovsk e Kharkiv.

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