A economia chinesa provavelmente cresceu ao ritmo mais lento em um ano durante o terceiro trimestre de 2025, afetada pela demanda reduzida, pela crise do setor imobiliário e pela guerra comercial com os Estados Unidos, segundo uma pesquisa com analistas realizada pela AFP. 

Pequim enfrenta dificuldades para se recuperar completamente desde a pandemia de covid-19, o que minou a confiança dos consumidores, mesmo após várias medidas do governo para estimular as compras.

Os dados de crescimento serão divulgados na próxima segunda-feira, coincidindo com o início de uma reunião crucial do Partido Comunista Chinês para formular as orientações políticas para os próximos cinco anos.

As autoridades chinesas também divulgarão outros dados aguardados, como as vendas no varejo e a produção industrial, que proporcionarão uma visão adicional sobre o estado da economia.

A pesquisa realizada pela AFP entre analistas prevê que a segunda maior economia mundial cresceu 4,8% em termos anuais entre julho e setembro.

O resultado ficaria abaixo dos 5,2% registrados nos três meses anteriores e representaria o ritmo mais lento desde o mesmo período do ano passado. Também estaria abaixo da meta oficial anual de Pequim, de crescimento ao redor de 5%. 

"A economia está claramente desacelerando, não de forma drástica... mas sim notável", explicou à AFP Alicia García-Herrero, economista-chefe para a região Ásia-Pacífico do Natixis.

O "principal problema" é a queda do consumo, afirmou. Ela descreveu os dados recentes como a prova de uma "pressão deflacionária realmente grave".

A deflação, embora apreciada pelos consumidores, é considerada um fenômeno perigoso para a economia, porque estimula as famílias a adiarem as compras com a esperança de uma queda ainda mais expressiva dos preços.

Os dados oficiais mostraram nesta semana que os preços ao consumidor na China voltaram a cair em setembro, depois que registraram em agosto o menor nível em seis meses.

As pressões econômicas sobre a China também se agravaram com a guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos com a imposição de tarifas elevadas no início do ano.

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