A polícia de Londres está no centro de uma polêmica após a divulgação de uma reportagem que mostra policiais envolvidos em atos de racismo, misoginia e islamofobia, descritos como "chocantes" nesta quinta-feira (2) pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Nos últimos anos, a Polícia Metropolitana de Londres (Met) foi abalada por diversos escândalos que minaram a confiança do público.
O chefe da Met, Mark Rowley, nomeado em 2022 após um desses casos, pediu desculpas pelo comportamento "repugnante e criminoso" dos doze policiais envolvidos na reportagem do programa investigativo Panorama, da BBC.
"O comportamento descrito neste programa é repreensível e totalmente inaceitável", disse ele antes da transmissão completa na noite de quarta-feira.
O jornalista Rory Bibb passou sete meses, até janeiro de 2025, trabalhando como funcionário civil no departamento de prisões da delegacia de Charing Cross, no centro de Londres.
As imagens de sua câmera escondida mostram, por exemplo, um policial afirmando que estrangeiros em situação irregular "merecem um tiro na cabeça", outro elogiando como um policial espancou um detento imobilizado por outros policiais e um sargento questionando depreciativamente o depoimento de uma mulher grávida que acusava seu marido de estupro e agressão.
Nove policiais e um funcionário já foram suspensos, enquanto outros dois policiais foram afastados do serviço ativo quando a BBC divulgou os eventos contidos na reportagem, disse Rowley.
O chefe de polícia declarou-se "sinceramente arrependido" e reafirmou sua determinação em combater um "legado tóxico".
A reputação da Polícia Metropolitana de Londres foi manchada por vários casos nos últimos anos, principalmente o sequestro, estupro e assassinato de Sarah Everard por um policial em serviço em 2021, que posteriormente foi condenado à prisão perpétua.
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