O pai de Juliana Marins, Manoel Marins, publicou uma carta emocionante sobre a morte da filha em uma rede social. Na manhã desta quarta-feira (25/6), ele disse que ainda não acredita que a jovem de 26 anos tenha morrido. Ele também compartilhou que a filha amava aventuras. Juliana morreu após sofrer um acidente na trilha de um vulcão no Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia.

"No início deste ano nos disse que faria esse mochilão agora enquanto era jovem e nós te apoiamos. Quando lhe perguntei se queria que lhe dessemos (sic) algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: jamais. E assim você viajou com seus próprios recursos que ganhou como fruto do seu trabalho. E como você estava feliz realizando esse sonho. E como nós ficamos felizes com a sua felicidade. Você se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta um pouco o nosso coração", escreveu Manoel.

Ele contou que sente falta da filha e que os dois tinham combinado de voar de parapente juntos. “E aqui ficaremos, na certeza de nos reencontrarmos um dia e fazer aquele voo de parapente que estávamos programando para o seu aniversário. Lá no céu, o bom Deus há de nos proporcionar isso. Daqueles que sempre te amaram: papi, mami e Mari”, disse.

Ele  ainda ressaltou que a viagem pela Ásia era um sonho de Juliana, que pagou tudo do próprio bolso. Manoel também definiu a filha como "sapeca, inquieta, de sorriso lindo e uma imensa vontade de viver intensamente".

Na noite de terça, ele fez outro post sobre a filha, com a letra de "Pedaço de mim", de Chico Buarque, ao lado da foto de Juliana e a mensagem "pedaço tirado de mim". Juliana sofreu um acidente no sábado.

O pai só conseguiu embarcar para a Indonésia ontem, ainda sem saber que a filha estava morta. No entanto, ao chegar lá, recebeu a notícia. Ele ficou em Lisboa de domingo a terça, porque inicialmente passaria pelo espaço aéreo do Catar, que foi fechado por causa dos ataques no Oriente Médio. Em função disso, ele teve que aguardar.

Além disso, o vulcão desempenha um papel importante na agricultura da região, pois suas encostas férteis sustentam plantações de arroz, café e outros cultivos. Unsplash/Samurai Cheems
Muitos realizam peregrinações ao lago para fazer oferendas e rituais, acreditando que as águas possuam poderes de cura. Wikimedia Commons/Toni Wöhrl and Sang Cai
Para os habitantes locais, o Monte Rinjani tem um profundo significado espiritual. Maximus Beaumont/Unsplash
A região também é conhecida por suas trilhas desafiadoras, paisagens exuberantes e vistas panorâmicas que revelam tanto o oceano quanto os vales florestais da ilha. Eugene Chow/Unsplash
No interior do lago, o cone vulcânico chamado "Gunung Barujari" continua ativo até os dias de hoje. Wikimedia Commons/Yon Ilahi
A impressionante caldeira do vulcão, que abriga o lago Segara Anak, foi formada após uma erupção há cerca de 700 anos. Pexels/ROMAN ODINTSOV
A região ao redor do monte faz parte do Parque Nacional de Gunung Rinjani, uma área protegida de grande importância ecológica e cultural da Indonésia. Wikimedia Commons/Suryasriyama
Em altura, ele é superado apenas pelo Monte Kerinci, em Sumatra, que tem 3.805 metros. Wikimedia Commons/Muhamad Izzul Fiqih
O Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, localizado na ilha de Lombok, localizado a leste da capital Bali. Wikimedia Commons/Giovari max
Fotos divulgadas em uma conta no Instagram dedicada ao caso mostram Juliana caminhando e posando para fotos pela trilha, momentos antes do acidente. Montagem/Reprodução/Redes Sociais
A família, que tem divulgado informações pelas redes sociais, cobra urgência e acusa as autoridades de negligência. Reprodução/Redes Sociais
Apesar das buscas terem sido retomadas nesta segunda-feira (23/06), as tentativas foram interrompidas devido às condições climáticas desfavoráveis. Wikimedia Commons/ Midori
A brasileira foi vista pela última vez no sábado (21/06), por volta de 17h10 do horário local, em imagens de drone registradas por outros turistas. Desde então, está sem água, comida ou agasalhos. Montagem/Reprodução/Redes Sociais
Juliana participava de uma trilha de três dias pelas encostas do Monte Rinjani, considerada uma das mais difíceis da Indonésia, com altitudes superiores a 3.700 metros. Reprodução/Instagram
"A equipe permanece de prontidão e comprometida em continuar os melhores esforços em prol da segurança e da humanidade. A natureza deve ser respeitada, a segurança continua sendo o principal fator", disse um comunicado. Reprodução/Instagram
No entanto, o chefe do resgate destacou que, embora tecnicamente possível, a operação exigiria um helicóptero "adequado" e enfrentaria riscos devido às rápidas mudanças climáticas. Montagem/Reprodução/Instagram
Uma reunião com o governador da província de Sonda Ocidental avaliou a possibilidade de uso de helicópteros, dentro da chamada “janela de ouro” de 72 horas. Reprodução/Instagram
Executar um resgate no local é considerado algo extremamente complexo por conta do relevo acidentado e das condições climáticas. Reprodução/Instagram
As tentativas de resgate tinham sido infrutíferas. Duas equipes de resgate tentaram alcançá-la, mas por conta das condições do terreno, neblina e obstáculos, a instalação de ancoragens não foi possível, forçando a retirada dos socorristas por segurança. Reprodução/Instagram
A confirmação de que Juliana não havia resistido veio pelas redes sociais. A família vinha acompanhando o caso com angústia. Reprodução de redes sociais
Depois, segundo as autoridades locais, Juliana foi localizada por um drone a cerca de 500 metros de profundidade no penhasco, mas sem se mover Reprodução/Instagram
Ela foi vista com vida pela última vez em imagens de drone, num espaço pequeno do paredão, onde ainda estava se movimentando. Reprodução de vídeo de drone
A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que havia desaparecido após escorregar e cair em um penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia, foi encontrada morta. Montagem/Reprodução/Redes Sociais

Na manhã de terça, a família da jovem anunciou que a equipe de resgate chegou até ela após quatro dias de buscas. No entanto, ela foi encontrada morta. 

Juliana passou quatro dias na encosta, sem água, comida ou abrigo. Seis equipes de resgate atuavam nas buscas. Somente na segunda-feira os bombeiros conseguiram alcançá-la, entre 2.600 e 3.000 metros de altitude. A causa da morte ainda será determinada pelas autoridades locais.

Juliana era natural de Niterói, no Rio de Janeiro, e atuava como publicitária. Era apaixonada por viagens e esportes ao ar livre e fazia um mochilão pelo Sudeste Asiático desde fevereiro deste ano. Durante a viagem, ela passou pelas Filipinas, Tailândia e Vietnã.

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Após o acidente, a brasileira não fez contato com a família diretamente, por falta de sinal. As informações chegaram até o Brasil por meio de um grupo de turistas que também fazia a trilha e conseguiu acionar pessoas próximas à vítima por meio de uma rede social. A família acompanhava tudo do Brasil e fazia atualizações diárias em um perfil criado para atualizar o caso. 

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