Um tribunal iraniano condenou um homem à morte por publicar mensagens na internet em apoio aos protestos que agitaram a República Islâmica após a morte de Mahsa Amini, em setembro de 2022, informou a autoridade judicial. 

Mahmoud Mehrabi foi condenado à forca por ter "publicado conteúdos online, especialmente por ensinar como usar armas de fabricação caseira, por incentivar à destruição de bens públicos, por incitar pessoas ao assassinato" durante as manifestações, informou a agência de notícias Mizan Online. 

O acusado, cuja idade e profissão não foram divulgadas, também é alvo de 52 processos "por publicar mentiras", acrescentou Mizan.

O julgamento ocorreu na presença de seus dois advogados e da sentença cabe recurso para o Supremo Tribunal, especificou a mesma fonte. 

Um dos seus advogados, Babak Farsani, confirmou na rede X que seu cliente foi "condenado por um tribunal à morte por corrupção na Terra", uma das acusações mais graves no Irã. 

Milhares de pessoas foram presas e centenas morreram, incluindo membros das forças de segurança, nas manifestações no final de 2022 desencadeadas pela morte de Amini, uma curda de 22 anos, que estava sob custódia por violar as rígidas regras de vestuário para mulheres na República Islâmica. 

Nove pessoas ligadas a esta revolta foram executadas, segundo ONGs. Há poucos dias, um tribunal condenou à morte o famoso rapper Toomaj Salehi, preso há mais de um ano e meio por apoiar estes protestos. 

A Anistia Internacional afirma que o Irã executou 853 pessoas em 2023, o maior número desde 2015.

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