A Ucrânia anunciou, nesta terça-feira (23), que suspendeu os serviços consulares no exterior para homens entre os 18 e os 60 anos, depois que seu chanceler anunciou que seriam tomadas medidas para devolver ao país homens em idade de combate. 

"O Ministério das Relações Exteriores anunciou que suspende temporariamente a recepção de novos pedidos de serviços consulares relacionados à categoria de cidadãos ucranianos mencionados", afirmou a diplomacia ucraniana em comunicado, especificando que a medida diz respeito a homens entre os 18 e os 60 anos. 

Segundo esta fonte, os homens dessa faixa etária só poderão obter "documentos de identidade para voltar à Ucrânia".

Com esta medida, que interrompe serviços como a renovação de documentos de identidade e outros procedimentos administrativos, o objetivo é que os ucranianos voltem ao seu país.

Kiev, que luta contra a invasão russa há dois anos, precisa de soldados. 

O governo proíbe homens em idade de lutar de viajar para o exterior, com poucas exceções. Mas, segundo estimativas da imprensa, dezenas de milhares de homens fugiram ilegalmente para evitar o front.

"Estamos determinando o mecanismo de atualização e verificação da informação sobre a situação militar dos homens entre os 18 e os 60 anos que se encontram temporariamente no exterior", indicou a diplomacia ucraniana. 

Segundo o ministério, assim que a lei entrar em vigor e a "situação militar" dos homens dessa idade for atualizada, aqueles que tenham um "registro militar válido" poderão acessar de novo os serviços consulares. 

Até o momento, não foram especificadas quais as medidas que poderão ser tomadas para quem, sendo elegível para ser recrutado, se encontra exterior. 

"O fato de estar no exterior não isenta nenhum cidadão dos seus deveres com a pátria", declarou o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, na rede social X. 

No entanto, a medida foi criticada por sua suposta ineficácia.

"Isso não forçará nenhum homem que tenha ido para o exterior [...] a retornar à Ucrânia e a lutar", disse Serguii Petukhov, ex-vice-ministro da Justiça, no Facebook.

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