A Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) expressou, nesta sexta-feira (12), sua aprovação à decisão judicial que responsabilizou o Irã pelos atentados contra a embaixada de Israel e a sede da associação perpetrados nos 1990 em Buenos Aires. 

A Câmara de Cassação Penal Federal II determinou na quinta-feira que os atentados executados em 1992 e 1994 que causaram mais de cem mortos e centenas de feridos foram ordenados pelo Irã, e acusou o movimento xiita Hezbollah de ser o perpetrador. 

"AMIA expressou que o inquérito judicial atribui múltiplas provas e contém inúmeras evidências que permitiram estabelecer desde o começo da investigação o papel do Irã e sua ativa participação na decisão, organização e financiamento do ataque terrorista", afirmou a mutual em um comunicado. 

No entanto, a AMIA considerou "inaceitável que a legislação local continue sendo a mesma que no momento em que se começou a investigar o ataque", que destruiu sua sede em 18 de julho de 1994 e deixou 85 mortos e mais de 300 feridos. 

Dois anos antes, em 17 de março de 1992, um ataque a bombas na embaixada de Israel causou 29 mortos e mais de 200 feridos. 

A instituição considerou "fundamental o poder desenvolver, como fizeram outros países vítimas do terrorismo internacional, um marco legal que permita melhorar as condições de investigação, inteligência, prevenção e castigo frente à ameaça de organizações terroristas". 

No comunicado, a AMIA rejeitou a absolvição decidida pela Câmara de Cassação do argentino Carlos Telleldín, o primeiro preso pelo atentado, ao recordar que o Ministério Público o acusou de ter sido partícipe e expressou que avalia apelar da decisão ante a Suprema Corte. 

Em Jerusalém, o chanceler israelense Israel Katz expressou sua satisfação com a decisão que determinou que os ataques são crimes de lesa humanidade e por isso imprescritíveis, e revelou que pediu à sua homóloga argentina, Diana Mondino, que o país declare a Guarda Revolucionária do Irã como "organização terrorista". 

"Essa decisão será um passo importante para deter as agressões iranianas. É tempo de deter o Irã", disse no X. 

O Irã sempre negou todo envolvimento nos dois atentados e rechaçou a pretenção da Justiça argentina de interrogar altos funcionários de seu governo sobre isso. 

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