A Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, informou nesta terça-feira (30) que os estudantes que ocupam um prédio do campus como parte de protestos pró-Palestina podem ser expulsos de seus programas acadêmicos, no mais recente movimento em um impasse com os funcionários da escola.

"Os estudantes que ocupam o prédio enfrentam a expulsão", disse o escritório de assuntos públicos da instituição em um comunicado, acrescentando que aos manifestantes foi oferecida "a oportunidade de sair pacificamente", mas eles recusaram e escalaram a situação.

A prestigiosa universidade na cidade de Nova York, que já começou a suspender temporariamente alunos que se recusaram a cumprir as ordens de dispersão, disse ter sido "muito clara" ao afirmar que não tolerará repetidas perturbações por parte de manifestantes que violam as regras do campus.

"Continuar fazendo isso terá consequências claras. Os manifestantes optaram por escalar para uma situação insustentável - vandalizando propriedades, quebrando portas e janelas e bloqueando entradas - e estamos seguindo com as consequências que delineamos ontem", declarou o porta-voz da universidade, Ben Chang, no comunicado.

Os protestos contra a guerra na Faixa de Gaza, com seu alto número de mortes civis palestinas, têm representado um desafio para os administradores universitários que tentam equilibrar os direitos de liberdade de expressão com reclamações de que as manifestações têm se transformado em antissemitismo e ódio.

A agitação tomou as instituições de ensino superior dos EUA, com acampamentos montados nos territórios de campi de Connecticut ao Texas à Califórnia após cerca de 100 manifestantes serem presos em Columbia em 18 de abril.

A Universidade de Columbia disse que sua ameaça de expulsão e outras respostas visavam às ações dos manifestantes e não à sua causa.

Pessoas mascaradas quebraram janelas e bloquearam portas com mesas de metal na madrugada de terça-feira, depois que os administradores começaram a suspender alunos que protestavam.

"Como dissemos ontem, as perturbações no campus criaram um ambiente ameaçador para muitos de nossos estudantes e professores judeus e uma distração barulhenta que interfere no ensino, aprendizado e preparação para exames finais, e contribui para um ambiente hostil em violação do Título VI", afirmou Chang, referindo-se ao código que protege os estudantes contra discriminação e assédio.

A Casa Branca criticou fortemente a ocupação do prédio. O presidente republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, chamou os protestos de "terrorismo" e pediu a renúncia da presidente da Universidade de Columbia, Minouche Shafik.

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