O Sandworm, um grupo de hackers ativo na Ucrânia e relacionado aos serviços de inteligência russos, está se tornando uma grande ameaça global, alertou nesta quarta-feira (17) uma importante empresa de cibersegurança.

A Mandiant, subsidiária do Google, indicou em um relatório ter identificado operações maliciosas realizadas por esse grupo em vários lugares ao redor do mundo considerados pontos quentes em termos políticos, militares ou econômicos para os interesses russos.

"Observamos o grupo realizando operações de espionagem na América do Norte, Europa, Oriente Médio, Ásia Central e América Latina", indicaram os pesquisadores da Mandiant em seu relatório.

"Com um número recorde de pessoas participando de eleições nacionais em 2024, o histórico do Sandworm de tentativas de interferência em processos democráticos eleva ainda mais a gravidade da ameaça que o grupo pode representar a curto prazo", afirma o relatório.

Há cinco anos, uma dúzia de oficiais de inteligência militar russos foram citados nos Estados Unidos por acusações derivadas de sua alegada interferência nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016, vencidas por Donald Trump, de acordo com o FBI.

O bilionário republicano será novamente candidato à presidência este ano, após perder em 2020 sua tentativa de reeleição.

O Sandworm realizou repetidos ataques contra instituições eleitorais ocidentais, incluindo as de países membros atuais ou futuros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), segundo a Mandiant.

O grupo "tentou interferir nos processos democráticos em certos países, vazando informações politicamente sensíveis e implantando software malicioso para acessar os sistemas eleitorais e falsificar dados", determinou a Mandiant.

De acordo com os pesquisadores, o exército russo recorre regularmente a este grupo em sua guerra contra a Ucrânia. Eles afirmam que o Sandworm "está ativamente envolvida em todo o espectro de operações de espionagem, ataque e influência".

Em 2022, a Ucrânia anunciou ter frustrado um ciberataque russo realizado pelo Sandworm, direcionado a uma de suas maiores instalações energéticas.

"Avaliamos com alta confiança que [o Sandworm] é considerado pelo Kremlin como um instrumento flexível de poder, capaz de servir aos interesses nacionais e ambições da Rússia, incluindo esforços para minar os processos democráticos ao redor do mundo", concluem os pesquisadores.

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