A Austrália apresentou nesta quarta-feira (17) a sua primeira Estratégia Nacional de Defesa, concentrada na dissuasão das "táticas coercitivas" da China, em um contexto de aumento das tensões no Pacífico.

O documento apresenta um panorama de segurança relativamente sombrio na região e defende um aumento significativo do orçamento militar.

"As hipóteses otimistas que orientaram o planejamento da defesa após o fim da Guerra Fria acabaram", declarou o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, ao apresentar o plano.

A Austrália "não pode mais se dar ao luxo de 10 anos de alerta estratégico em caso de um conflito", acrescentou. 

"China utilizou táticas coercitivas para alcançar os seus objetivos estratégicos e reforçou sua presença no Pacífico", disse Marles.

O ministro destacou que a nova estratégia é concentrada na construção de uma força de dissuasão para proteger os interesses australianos em sua área contígua.

"Somos um país insular de comércio marítimo", afirmou, antes de ressaltar que a Austrália deve ter a capacidade de impedir que potenciais inimigos impeçam o acesso às rotas comerciais.

No centro da estratégia estão: o desenvolvimento de uma frota de submarinos com propulsão nuclear, triplicar a sua capacidade de mísseis e o desenvolvimento de uma grande frota de combate de superfície.

A diplomacia chinesa, questionada sobre a nova estratégia, pediu ao governo da Austrália a "abster-se de fazer acusações".

"A China não representa uma ameaça para nenhum país", disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, que pediu à Austrália para "abandonar a mentalidade da Guerra Fria" e fazer mais para "salvaguardar a paz e a estabilidade regional".

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