O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou nesta terça-feira (16) o envio à Argentina de uma nota de protesto, após as declarações da ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, que afirmou haver presença do movimento libanês Hezbollah em território chileno.

Se a ministra "possui antecedentes sérios, que os entregue nas instâncias correspondentes e à Justiça, e que se comunique por meio da chancelaria", disse Boric em entrevista a uma rádio. "Enviaremos uma nota de protesto por meio da chancelaria. Aqui exijo respeito ao nosso país."

Bullrich informou à imprensa de seu país os lugares próximos da Argentina onde haveria a presença do Hezbollah, grupo acusado do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994. Além da Tríplice Fronteira, "também se observou nos últimos tempos sua presença em Iquique, ao norte do Chile, no ano passado em São Paulo e há poucas semanas no Peru", declarou.

O presidente chileno ressaltou a importância de as autoridades serem "responsáveis em suas declarações e afirmações. O Chile não protege nenhum grupo terrorista".

A ministra chilena do Interior, Carolina Tohá, garantiu mais cedo que os chilenos podem ficar tranquilos: "Nossos sistemas policiais e de inteligência estão sempre alertas nesse assunto. Neste momento, o Chile não tem ameaças de ataques do Hezbollah".

O subsecretário adjunto para a América Latina e o Caribe do Departamento de Estado americano, Mark Wells, afirmou na semana passada que os Estados Unidos "estão muito preocupados" com as atividades do Hezbollah no Chile e no restante da América Latina.

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