A Argentina comprou 24 aviões F-16 da Dinamarca por 300 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhão) para "ter uma resposta imediata diante de qualquer ameaça", informaram ambos os países nesta terça-feira (16).

O contrato, que segue a declaração de intenção de compra feita em março, foi formalizado durante uma visita do ministro da Defesa argentino, Luis Petri, à base aérea dinamarquesa de Skrydstrup.

Com essa compra, a "Argentina vai recuperar depois de muitos anos a capacidade de interceptação supersônica", assinalou o Ministério da Defesa em um comunicado.

Os aviões "serão a coluna vertebral do sistema de defesa aérea na Argentina, missão que, durante mais de 40 anos, foi desempenhada pelos aviões Mirage", acrescentou a pasta. Os últimos Mirage foram aposentados em 2017, após quatro décadas de serviço.

A Dinamarca está modernizando sua frota aérea com caças F-35, um modelo muito mais moderno que os F-16, dos quais tem cerca de 40, incluídos cerca de 30 que continuam operacionais, segundo a imprensa local.

O país escandinavo também se comprometeu a enviar um número indeterminado desses aparelhos à Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

"Estou feliz que os aviões F-16 dinamarqueses, que nos prestaram serviços inestimáveis ao longo dos anos e que foram cuidadosamente mantidos e modernizados, possam beneficiar a Força Aérea Argentina", declarou o ministro de Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, em nota.

Nenhuma data foi informada para a entrega, que inclui motores, peças de reposição, simuladores e equipamentos de treinamento, mas espera-se que ocorra nos próximos anos.

Por sua vez, o porta-voz do presidente Milei, Manuel Adorni, destacou que se trata da "aquisição militar mais importante dos últimos 50 anos de história argentina".

O presidente Javier Milei presenciou o ato por videoconferência, pois suspendeu de última hora sua visita oficial à Dinamarca por razões de segurança, depois do ataque iraniano a Israel no último sábado.

Milei reafirmou, na noite de sábado, o alinhamento geopolítico da Argentina com Estados Unidos e Israel e ofereceu sua solidariedade "inabalável" a esse último.

Além disso, o ministro Petri viajará na quarta-feira a Bruxelas, onde "se reunirá com o secretário adjunto e o secretário-geral adjunto para assuntos políticos e políticas de segurança da OTAN para avançar em acordos com a aliança militar internacional", acrescentou o porta-voz.

A Argentina é uma aliada extra-Otan desde 1997 e, segundo informou esta semana a imprensa local, busca se tornar um "parceiro global" da organização.

A compra dos aviões acontece no âmbito de um drástico ajuste fiscal por parte do governo ultraliberal argentino que compreende, entre outras medidas, cortes de gastos e derretimento de salários, pensões e dotações orçamentárias em um contexto de inflação muito elevada.

A operação teve o aval dos Estados Unidos, onde os F-16 foram fabricados.

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