Idosa guardou corpo de amiga por cerca de um ano -  (crédito: Pexels / Reprodução)

Idosa guardou corpo de amiga por cerca de um ano

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Um catador de lixo de Santiago, no Chile, encontrou uma mala com um corpo em alto grau de decomposição. Os restos mortais eram de uma mulher de 58 anos, morta em abril de 2023. Segundo imagens de câmera de segurança, a mala foi deixada por Lorenza Patricia Ramírez Barrera, de 80 anos. As duas tinham uma forte conexão.

 


Algumas pessoas afirmam que elas eram um casal, outras que as duas se enclausuravam por causa de uma forte devoção religiosa. Segundo a imprensa local, as mulheres se conheceram em uma paróquia e decidiram se tornar leigas consagradas e só usavam trajes religiosos azul. A Arquidiocese de Santiago, no entanto, nega que as duas tenham qualquer registro junto à Igreja Católica.

 

 


Segundo o Ministério Público, a idosa contou que guardou o corpo da amiga por quase um ano, devido a um “pacto” entre as duas. A ideia é que, caso uma delas morresse, a outra não informaria a ninguém. “Elas fizeram esse pacto para se isolarem do mundo, tinham aspiração de serem como freiras em clausura, de não terem mais contato com o (mundo) exterior (...) fazem esta espécie de pacto, em caso de morte de uma ou da outra, de não comunicar às autoridades e cuidar de tudo até o último momento”, explicou o procurador Francisco Lanas, responsável pelo caso.

 

 


De acordo com a imprensa local, as duas viviam reclusas, e a mais nova, cujo corpo foi encontrado, estava com câncer. Análise do Departamento de Criminalística concluiu que não existiam lesões traumáticas no cadáver.

 


Lorenza teria decidido se desfazer do corpo da amiga, após ser convencida pela filha, uma freira que retornou para a casa da mãe para cuidar dos “distúrbios psicológicos” da idosa. “Ela deve ter tido algum episódio, uma espécie de transtorno de consciência em algum momento. Ela percebe que a amiga está em uma mala e quer dar a ela uma sepultura. Este é o motivo que ela indicou, que deixou (a mala) em uma esquina para darem uma sepultura a ela”, afirmou Juan Fonseca, chefe da Divisão Metropolitana de Homicídios.

 


A idosa foi casada com um homem entre 1963 e 2008. Além da freira, ela tem outros dois filhos. O caso está sendo investigado. Lorenza responde por ocultação de cadáver, enquanto a filha foi chamada para prestar depoimento, na condição de testemunha. “Estamos falando de uma idosa com pouco risco de fuga, mas ela foi acusada de ocultação de cadáver", explicou o procurador Francisco Lanas.