Um conselho de governo encarregado de preencher o vazio de liderança no Haiti e restaurar a ordem foi instalado nesta sexta-feira (12) no país caribenho, assolado por uma explosão de violência.

Um decreto publicado no diário oficial do Haiti "Le Moniteur" anunciou a formação do conselho, um mês depois que o primeiro-ministro Ariel Henry anunciou sua renúncia em meio a uma onda de ataques de facções criminosas na capital Porto Príncipe.

"O mandato do conselho presidencial de transição finaliza, o mais tardar, em 7 de fevereiro de 2026", diz o decreto, que especifica que seus membros devem nomear "rapidamente" um primeiro-ministro e um governo "inclusivo".

O conselho ainda não está formalmente responsável pelo país. Henry "apresentará a renúncia de seu governo após a indicação de um novo primeiro-ministro", segundo o documento.

Há décadas o país caribenho sofre com a instabilidade política crônica. No final de fevereiro, as facções, cuja violência já assolava áreas inteiras do Haiti, lançaram ataques coordenados contra lugares estratégicos, exigindo a renúncia de Henry.

Nomeado poucos dias antes do assassinato em 2021 do presidente Jovenel Moise, Henry foi duramente questionado e não pôde retornar a seu país após uma viagem ao Quênia.

Em 11 de março, no mesmo dia de uma reunião entre haitianos e diversas organizações e países como os Estados Unidos, Henry anunciou que renunciaria para dar lugar a um conselho presidencial de transição. Este órgão foi formado após semanas de difíceis negociações.

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