Os Estados Unidos expressaram sua preocupação com o "processo eleitoral" da Venezuela durante uma reunião secreta entre as duas partes, poucos dias antes do vencimento de uma isenção às sanções ao petróleo e gás venezuelanos, informou um funcionário da Casa Branca à AFP nesta sexta-feira (12).

Em outubro do ano passado, o governo do presidente Joe Biden levantou as sanções ao setor energético e ao ouro venezuelano em compensação por um acordo entre Caracas e a oposição. Este acordo sugeria a possibilidade de a oposição participar das eleições presidenciais previstas para 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro busca um terceiro mandato.

No entanto, desde então, a principal adversária de Maduro, María Corina Machado, continua impedida de concorrer, e Corina Yoris, indicada por ela para substituí-la nas eleições, também foi vetada.

Insatisfeito com a situação, Washington tem alertado várias vezes que, se Caracas não mudar de rumo, voltará a impor as sanções, que estão sujeitas a uma isenção de seis meses que expira em 18 de abril.

"Podemos confirmar que houve uma reunião", disse à AFP um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, que pediu anonimato.

"O objetivo era expressar nossas preocupações sobre o processo eleitoral da Venezuela", disse, sem entrar em detalhes.

Segundo a imprensa americana, a reunião ocorreu esta semana no México.

Embora tenha as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, a Venezuela produz cerca de 809 mil barris por dia, um quarto dos 3 milhões de b/d de há mais de uma década.

Os Estados Unidos, que consideram fraudulenta a reeleição de Maduro em 2018, já reativaram em janeiro as sanções à estatal mineradora de ouro da Venezuela depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) manteve a inabilitação política de María Corina Machado.

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