O presidente interino da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Pedro Rocha, foi acusado nesta sexta-feira (12) por suposta corrupção nessa organização na época de seu antecessor, Luis Rubiales, informou o tribunal. 

Único candidato nas eleições da RFEF de 6 de maio, Rocha prestou depoimento nesta sexta-feira como testemunha no tribunal que investiga o caso e saiu como acusado. 

"A magistrada titular (...) acordou na manhã de hoje mudar a condição processual de Pedro Rocha de testemunha a investigado" pelo "caso Brody", informou o Tribunal Superior de Justiça de Madri (TSJM). 

Os supostos crimes pelos quais é investigado e a data de seu próximo depoimento devem ser divulgados em breve, acrescentou o TSJM. 

Rubiales, que foi preso pela polícia em sua chegada à Espanha vindo da República Dominicana em 3 de abril como parte da investigação, deve depor em 29 de abril. 

Rocha estava prestes a substituir definitivamente Rubiales como presidente, já que os meios de comunicação espanhóis informam que os outros dois candidatos, Carlos Herrera e Eva Parera, não conseguiram reunir o mínimo dos 21 votos necessários dos membros da assembleia da RFEF, enquanto Pedro Rocha conta com 107. 

A polícia espanhola realizou buscas em 11 locais em março, entre eles a sede da RFEF e a casa de Rubiales em Granada, no âmbito da investigação por corrupção e outros crimes. 

São investigados contratos da Federação firmados desde 2018, incluindo um de Rubiales para levar a Super Copa da Espanha para a Arábia Saudita. 

Os contratos da Super Copa são avaliados em 40 milhões de euros por ano (217 milhões de reais) em um acordo intermediado pela Kosmos, uma empresa que pertence ao ex-zagueiro do Barcelona e da seleção espanhola Gerard Piqué. 

Rubiales viu-se obrigado a renunciar como presidente da RFEF em setembro por um beijo forçado que deu na jogadora Jenni Hermoso após a vitória da Espanha na final da Copa do Mundo feminina, em Sydney em agosto, um caso que teve repercussão mundial. 

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