As autoridades mexicanas estão "prestes a comprar" de empresas americanas equipamentos de escaneamento para combater o tráfico de fentanil no valor de 1 bilhão de dólares (5,09 bilhões de reais), afirmou nesta quinta-feira (11) um funcionário do alto escalão do Departamento de Estado americano.

Os Estados Unidos enfrentam uma epidemia de drogas, com mais de 100 mil mortes em 2023, a maioria delas por opioides sintéticos como o fentanil.

Alguns congressistas republicanos acusam o México de não estar fazendo o suficiente contra o tráfico de fentanil, que, segundo Washington, é conduzido pelos cartéis de drogas mexicanos.

O congressista democrata Tim Kaine perguntou a Chris Landberg, subsecretário adjunto do Escritório de Assuntos Internacionais sobre Narcóticos e Aplicação da Lei do Departamento de Estado, que nota ele daria ao México por sua cooperação com os Estados Unidos contra esse problema.

"Você está se referindo a uma classificação em letras?", disse Landberg durante uma sessão no subcomitê de Relações Exteriores do Senado sobre o combate às redes criminosas transnacionais e à corrupção na América Latina e no Caribe.

"Acho que daria uma nota bastante alta para o esforço", mas como é a principal causa "de morte para os americanos entre 18 e aproximadamente 50 anos, temos muito trabalho pela frente", declarou Landberg, que acredita que ninguém merece "uma nota A na luta contra o fentanil".

"A relação com o México é chave. E estamos trabalhando com eles em todos os níveis", tanto internacional, como trilateral, junto com o Canadá, e bilateral, detalhou.

"O fato de estarem prestes a comprar 1 bilhão de dólares em equipamentos de escaneamento portuário de empresas americanas mostra o compromisso" do governo mexicano em enfrentar o fluxo de precursores do fentanil, acrescentou.

"É uma responsabilidade compartilhada" porque parte do fluxo passa pelos Estados Unidos, embora a maioria dos precursores chegue ao México da China, disse Landberg.

"É uma notícia positiva", respondeu Kaine, que acrescentou que as informações que possui, ainda que um pouco "obsoletas", indicam que as autoridades mexicanas demoraram para adotar essa tecnologia de escaneamento nos portos.

Seu colega republicano Marco Rubio estimou que "a chave está na segurança" e em interromper o fluxo de precursores químicos, mas também de tecnologia, como prensas de pílulas e outros equipamentos.

"Não se trata mais só dos Estados Unidos, agora há um crescente problema de consumo de fentanil não apenas no México, mas em muitos outros países da região", afirmou Rubio.

erl/nn/ic/am