Os níveis dos rios na Rússia e no Cazaquistão continuaram a subir e inundar cidades inteiras nesta quarta-feira (10), forçando a retirada de mais de 100 mil pessoas nas últimas duas semanas em ambos os países, onde as autoridades alertam que a situação pode piorar. 

O rápido derretimento da neve fez com que os rios no sul dos Urais, no oeste da Sibéria e no norte do Cazaquistão atingissem níveis sem precedentes. 

A Rússia e o Cazaquistão lutam há dias contra o transbordamento dos rios e ambos os países declararam estado de emergência devido às inundações, descritas como as piores em décadas. 

"A situação está muito, muito tensa", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. "A água continua a subir. Grandes quantidades de água estão chegando a novas regiões", acrescentou.

A grande maioria das evacuações ocorreu no oeste e norte do Cazaquistão, na fronteira com a Rússia. 

Na Rússia, as evacuações ocorreram principalmente na região de Orenburg, onde o nível da água atingiu 9,96 metros nesta quarta-feira, acima do "limite crítico" de 9,30. 

Segundo as previsões dos especialistas, a água, que subiu 81 centímetros nas últimas 24 horas, subirá mais "30 a 70 cm". 

As autoridades reiteraram o seu apelo às pessoas que vivem na região inundada, "para que deixem as suas casas com urgência".

As enchentes também deverão piorar na cidade de Kurgan, no oeste da Sibéria, onde o rio Tobol também transbordou. 

Os serviços de emergência locais divulgaram imagens de moradores e trabalhadores colocando sacos de areia nas margens do rio enquanto sirenes soavam por toda a cidade. 

Segundo as autoridades, o rio subiu 23 centímetros em um dia. 

Embora nenhuma relação tenha sido estabelecida com a mudança climática, os cientistas acreditam que o aquecimento global favorece eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais que provocam enchentes.

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