O presidente chinês, Xi Jinping, disse ao ex-governante taiwanês Ma Ying-jeou, nesta quarta-feira (10), que a "interferência estrangeira" não impedirá a reunificação da ilha com a China continental, durante uma reunião que realizaram em Pequim. 

"As diferenças nos sistemas não podem mudar o fato objetivo de que somos parte de uma nação e de um povo", disse Xi a Ma, de acordo com um vídeo da sua reunião transmitido pela rede taiwanesa TVBS. 

Ele acrescentou que "a interferência externa não pode impedir a causa histórica" da unificação dos dois lados. 

A reunião desta quarta-feira em Pequim é a primeira entre os dois líderes desde a cúpula histórica que realizaram em 2015, quando Ma era presidente de Taiwan.

Nas suas observações a Xi, Ma afirmou que "os jovens de ambos os lados do Estreito de Taiwan representam o futuro da nação chinesa". 

"Se uma guerra estourar entre os dois lados, será um fardo insuportável para a nação chinesa", acrescentou.

O ex-presidente Ma iniciou, em 1º de abril, o que chamou de "viagem de paz" para diminuir as tensões com Pequim, que considera Taiwan parte do seu território e não descarta o uso da força para recuperá-lo. 

Ele está acompanhado por uma delegação de 20 estudantes taiwaneses, que visitaram empresas de tecnologia, universidades e locais históricos na China. 

Antes de viajar, Ma disse que procurava promover o intercâmbio de jovens para "reduzir as hostilidades e construir uma boa vontade" com Pequim.

Ma governou Taiwan de 2008 a 2016 sob a bandeira do partido Kuomingtang, historicamente aberto a Pequim. 

Sob o seu mandato, as relações com a China melhoraram e ele participou de uma cúpula com Xi em 2015, em Singapura. 

Mas as relações se deterioraram desde 2016 com a chegada ao poder da atual presidente Tsai Ing-wen, que rejeita que Taiwan faça parte da China. Seu mandato termina em maio.

O presidente eleito de Taiwan é o atual vice-presidente Lai Ching-te, acusado por Pequim de ser um "separatista perigoso".

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