O governo dos Estados Unidos "não aceitará" que o mercado mundial seja inundado por produtos chineses vendidos abaixo do preço de custo, afirmou nesta segunda-feira (8) a secretária americana do Tesouro, Janet Yellen, durante uma visita à China.

"Eu deixei claro que o presidente Biden e eu não aceitaremos esta realidade novamente", disse Yellen, que citou o exemplo do aço chinês, cuja chegada aos mercados há mais de dez anos - com grande apoio do governo, o que gerou um preço abaixo do custo - "dizimou indústrias de todo o mundo e dos Estados Unidos". 

"Sei que nossos sócios e aliados compartilham preocupações semelhantes, tanto as economias desenvolvidas como em desenvolvimento", acrescentou.

Washington não adotará medidas econômicas "surpresa" na área de segurança nacional, afirmou Yellen, que conversou sobre o tema com as autoridades chinesas.

"O governo dos Estados Unidos deve avaliar continuamente as suas medidas de segurança nacional, levando em consideração a rapidez dos desenvolvimentos tecnológicos, estamos comprometidos a não adotar medidas surpresa", declarou, antes de pedir à China que demonstre "transparência" nesta área.

Yellen desembarcou na quinta-feira em Guangzhou, no sul da China, e deve deixar o país na manhã de terça-feira, com um voo procedente de Pequim.

A visita se concentrou em abordar o "excesso de capacidade" de produção do país asiático.

Washington teme que os subsídios em larga escala do governo chinês ao setor tecnológico, de energias verdes, dos carros elétricos e das baterias provoquem a chegada de produtos baratos no mercado mundial, o que pode prejudicar os concorrentes estrangeiros.

As preocupações foram minimizadas por Pequim.

"As acusações de 'excesso de capacidade' por parte dos Estados Unidos e da Europa são infundadas", declarou no domingo o ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, durante uma visita a Paris, segundo a agência estatal Xinhua.

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