O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta sexta-feira (5) que Israel está fazendo o que ele pediu para permitir a entrada de ajuda na Faixa de Gaza, um dia após falar pelo telefone com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Ao ser perguntado se havia ameaçado suspender a ajuda militar a Israel na chamada com Netanyahu, Biden respondeu ao sair da Casa Branca: "Pedi a eles para fazerem o que estão fazendo."

Em uma tensa ligação na quinta-feira, o presidente alertou o premiê de que a política americana com relação a Israel dependia da segurança dos civis e dos trabalhadores humanitários em Gaza, depois que sete funcionários de uma ONG morreram em um ataque israelense.

Horas depois da conversa, Israel anunciou que permitiria entregas "temporárias" de ajuda no norte de Gaza, ameaçado pela fome, através do porto israelense de Ashdod e do cruzamento fronteiriço de Erez.

Israel também afirmou que demitiria dois militares após descobrir que uma série de "erros graves" levaram aos ataques com drones que mataram os funcionários da ONG World Central Kitchen.

A Casa Branca disse, porém, que Israel deve fazer mais para cumprir as promessas feitas a Biden.

"É importante que esses compromissos sejam plenamente cumpridos e rapidamente implementados", declarou a jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

Acrescentou, no entanto, que os Estados Unidos não farão sua própria investigação sobre a morte dos trabalhadores humanitários, entre os quais está um cidadão americano-canadense, Jacob Flickinger.

A advertência de Biden sobre uma mudança de política foi o indício mais claro até agora de que poderia colocar condições para seguir fornecendo ajuda militar para sua guerra contra o Hamas, provocada por um ataque do grupo islamista palestino no território israelense em 7 de outubro.

O presidente americano apoiou Israel, apesar das preocupações pelo crescente número de mortos palestinos e a terrível situação humanitária em Gaza.

A resposta de Israel já causou mais de 33 mil mortos, a maioria civis, segundo o último balanço das autoridades do Hamas.

Com as eleições presidenciais de novembro se aproximando nos Estados Unidos, Biden, candidato à reeleição, enfrenta cada vez mais oposição a sua política em Gaza por parte dos eleitores jovens e muçulmanos.

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