A ONG Human Rights Watch (HRW) revelou, nesta quinta-feira (4), a ausência de um alvo militar em um bombardeio israelense contra um edifício em Gaza, em 31 de outubro, que matou pelo menos 106 civis, e afirmou que poderia constituir um "crime de guerra". 

Ao menos 350 pessoas estavam no prédio quando foi bombardeado por Israel, segundo testemunhas. O edifício de seis andares estava localizado no campo de deslocados de Nuseirat, no centro de Gaza. 

O ataque deixou pelo menos 106 mortos, incluindo 54 crianças, e foi um dos mais mortais para civis desde o início da ofensiva militar israelense, em 7 de outubro, lançada em resposta ao ataque do movimento islamista Hamas contra o seu território.

"O bombardeio israelense que matou 106 civis constitui um aparente crime de guerra", considerou a ONG nas conclusões de uma investigação realizada de janeiro a março. 

"A lei da guerra proíbe ataques dirigidos contra civis e não faz distinção entre civis e combatentes", acrescentou. 

Em um comunicado, a ONG afirmou não ter encontrado "nenhum indício de alvos militares perto do edifício no momento do ataque israelense, o que torna o bombardeio um ato de indiscriminação ilegal segundo as leis da guerra". 

A investigação da HRW foi realizada por entrevistas telefônicas com 16 pessoas, análise de imagens de satélite e de 35 fotos e 45 vídeos. 

O Exército não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários da AFP.

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