Os Estados Unidos se opuseram, nesta quarta-feira (3), ao pedido palestino para se tornar membro de pleno de direito da ONU e ressaltaram que apoiam a criação de um Estado palestino, mas desde que se negocie diretamente com Israel.

"Apoiamos o estabelecimento de um Estado palestino independente", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller. "Isso é algo que tem que ser feito mediante negociações diretas entre as partes, algo que buscamos neste momento, e não na ONU", declarou, sem dizer se os Estados Unidos vetariam a candidatura caso chegue ao Conselho de Segurança.

Segundo Miller, o chefe da diplomacia, Antony Blinken, contribuiu para estabelecer "garantias de segurança" para Israel como parte do trabalho preliminar para um Estado palestino.

O governo do presidente Joe Biden apoia um Estado palestino, com uma Autoridade Palestina reformada no comando tanto na Cisjordânia quanto na Faixa de Gaza. Paralelamente, busca uma saída para a guerra naquele território.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, resiste há décadas a um Estado palestino e dirige um governo de extrema direita com membros hostis à Autoridade Palestina, que mantém uma autonomia limitada em partes da Cisjordânia.

A Autoridade Palestina enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, na qual solicita que o Conselho de Segurança reconsidere em abril seu antigo pedido para se tornar um Estado. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, apresentou o pedido em 2011. Não foi considerado pelo Conselho de Segurança, mas a Assembleia Geral concedeu no ano seguinte o status de observador ao "Estado da Palestina".

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