A morte de Émile, um menino de dois anos e meio, que desapareceu em 8 de julho nos Alpes franceses, continua sem explicação apesar da descoberta de seu crânio, afirmou a Justiça nesta terça-feira (2) sobre o caso que comoveu o país.

O aspecto do crânio do pequeno Émile, encontrado no sábado, "não permite determinar a causa de sua morte", afirmou em coletiva de imprensa Jean-Luc Blachon, promotor de Aix-en-Provence, no sudeste da França.

O representante do Ministério Público indicou que o exame dos restos mortais não revelou "qualquer traumatismo" prévio à morte e que na segunda-feira foi encontrada parte da roupa que o menor vestia no dia do seu desaparecimento. 

Após o seu desaparecimento na cidade de Haut-Vernet, no sudeste do país, enquanto passava o verão na casa dos avós, as autoridades lançaram uma ampla operação de busca, sem sucesso. 

Em um primeiro momento, o Ministério Público abriu uma investigação por "desaparecimento suspeito", mas o caso rapidamente se transformou em uma investigação criminal por "sequestro" e "privação ilegal de liberdade".

As últimas pessoas que o viram foram dois moradores locais, que afirmaram que ele caminhava sozinho por uma rua da cidade, que fica a 1.200 metros acima do nível do mar. A polícia voltou à região na quinta-feira para reconstruir os fatos. 

Dois dias depois, uma mulher, apresentada como montanhista, encontrou o crânio em uma trilha íngreme e distante da localidade e que já tinha sido rastreada em julho, e o entregou às forças de segurança. 

O desaparecimento de Émile chocou os franceses, especialmente porque no mesmo dia, em 1984, o menino Grégory, de quatro anos, foi encontrado sem vida, em um caso que marcou a memória coletiva do país. 

Em 22 de março, a Justiça determinou novas investigações para tentar solucionar este assassinato, quase 40 anos depois que o corpo do menino foi encontrado com pés e mãos atados às margens de um rio no nordeste da França.

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