As autoridades russas classificaram de "extremistas e terroristas" dois gerentes de um bar detidos recentemente por "extremismo" LGBTQIA+, no primeiro caso penal deste tipo no país, onde as minorias sexuais são alvo de repressão.

Diana Kamilianova, de 28 anos, e Alexandre Klimov, de 21, foram incluídos na lista de pessoas declaradas "terroristas e extremistas", inclusive antes de um julgamento, segundo uma nota do serviço de inteligência financeiro russo consultada pela AFP neste sábado (30).

Em novembro de 2023, o Supremo Tribunal da Rússia proibiu o "movimento internacional LGBTQIA+" por "extremismo", uma definição vaga que abriu caminho para duras penas.

Kamilianova e Klimov, respectivamente administradora e diretor artístico do bar "Pose", na cidade de Oremburgo, foram detidos em março com base nessa proibição e acusados de "extremismo". Ambos podem pegar penas de 10 anos de prisão.

A polícia realizou uma batida no estabelecimento na noite de 9 de março. Um vídeo do momento mostra pessoas deitadas de bruços no chão, com as mãos na cabeça.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirma defender "a família", os "valores tradicionais" e a religião frente a um mundo ocidental considerado como "decadente".

Desde que lançaram uma operação em larga escala contra a Ucrânia no final de fevereiro de 2022, as autoridades russas passaram reprimir com cada vez mais força as minorias sexuais.

Desde 2013, uma lei proíbe na Rússia a "propaganda" de "relações sexuais não tradicionais" para menores. A normativa foi ampliada em 2022 e proíbe atualmente qualquer tipo de "propaganda" LGBTQIA+ em filmes, na Internet, nos livros e na mídia em geral.

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