A empresa de mídia de Donald Trump estreou com força nesta terça-feira (26) em Wall Street, no primeiro dia em que foi negociada sob o ticker DJT, iniciais do ex-presidente americano.

As ações DJT, de propriedade do Trump Media and Technology Group (TMTG), corporação que controla a rede social Truth Social, fecharam em alta de 16,1%, aos 57,99 dólares.

"Eu amo a Truth Social, amo a verdade", disse Trump nesta terça-feira sobre sua rede, criada em 2022, ao celebrar o sucesso das ações no Nasdaq.

Pouco depois da abertura das operações em Wall Street, as ações DJT, muito procuradas, tiveram que ser suspensas por alguns minutos antes do retorno das negociações.

Na última sexta-feira, uma assembleia geral da empresa fantasma Digital World Acquisition Corp (DWAC), um veículo de negociação em bolsa cujo propósito é permitir que outra empresa entre no mercado de forma mais rápida, votou a favor da fusão com o TMTG.

Trump é o principal acionista do TMTG e controlará dezenas de milhões de ações da nova empresa. Segundo estimativas, sua participação está avaliada em cerca de 4,5 bilhões de dólares, segundo o preço atual do papel.

Analistas, no entanto, questionam a solidez dessa avaliação. O Trump Media gerou apenas US$ 3,4 milhões em vendas nos primeiros nove meses de 2023, segundo a rede de TV CNN, enquanto seus prejuízos somaram US$ 49 milhões. 

“No caso da DJT, a ação é impulsionada por motivos políticos", apontou Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers. “Não é absurdo pensar que um grande número de apoiadores do movimento Make America Great Again, de Trump, estejam votando em seu candidato preferido com a carteira."

De qualquer forma, essa abertura de capital representa um alívio financeiro para o ex-presidente (2017-2021), que enfrenta várias acusações judiciais em diferentes frentes.

Tribunais de Nova York aliviaram ontem a pressão financeira sobre Trump reduzindo sua fiança em um processo civil para 175 milhões de dólares, em um caso relacionado ao pagamento clandestino a uma ex-atriz pornô para comprar seu silêncio no final da campanha eleitoral de 2016.

No entanto, foi rejeitado o adiamento do prazo para seu histórico processo criminal, cujo início está previsto para 15 de abril.

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