A transição política no Haiti sofre atrasos por divergências entre as personalidades que deveriam compor as suas futuras autoridades, declarou nesta segunda-feira (25) uma delas à AFP, duas semanas após o anúncio da renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry. 

O líder, altamente questionado pelo aumento da violência de gangues durante o seu mandato e por ter chegado ao poder sem se submeter ao voto popular, concordou em entregar o comando a um "conselho presidencial de transição". 

Mas este grupo - composto por sete membros com direito a voto representando as principais forças políticas e o setor privado, além de dois membros sem direito a voto - tem dificuldades em iniciar a sua gestão. 

Após longas negociações, cada partido conseguiu designar um candidato, mas a lista de representantes voltou a mudar no fim de semana.

Os membros do grupo estão agora em desacordo sobre quem deve chefiar o conselho presidencial, disse um deles à AFP sob condição de anonimato. 

As nove personalidades se reuniram nas manhãs de sábado, domingo e segunda-feira por videoconferência e devem discutir o assunto remotamente à tarde com a Comunidade do Caribe (Caricom), bloco regional que supervisiona as negociações haitianas. 

A nova reunião terá como foco um acordo político que servirá de marco para a instalação do conselho presidencial, disse o representante consultado pela AFP.

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