A prefeita de uma cidade do Equador que enfrenta a violência do narcotráfico foi morta a tiros, em meio ao estado de exceção decretado pelo governo para conter a violência no país, anunciou a Polícia Nacional neste domingo. 

Brigitte García, prefeita de San Vicente, na província de Manabí (sudoeste), foi assassinada juntamente com o diretor de comunicação do município, Jairo Loor.

Durante a madrugada, "duas pessoas foram identificadas dentro de um veículo sem sinais vitais, com ferimentos de bala", informou a Polícia Nacional, apontando, mais tarde, que os disparos "não teriam sido feitos do lado de fora do veículo, e sim em seu interior".

Investigadores analisam o trajeto do automóvel, que era alugado.

O crime ocorreu em meio ao estado de exceção que vigora no Equador desde janeiro, quando ocorreu um ataque de facções do tráfico de drogas após a fuga do líder da gangue "Los Choneros", Adolfo "Fito" Macías, da prisão de Guayaquil.

Após a fuga, o presidente Daniel Noboa declarou o país em estado de conflito armado interno e chamou cerca de 20 organizações de tráfico de drogas de "terroristas" e "beligerantes", mobilizando as Forças Armadas para subjugá-las.

- Repúdio -

O Ministério de Governo repudiou o crime: “Ratificamos que não baixaremos a guarda nesta luta contra o terrorismo, o crime organizado e a corrupção política.”

O governo afirma que seu "Plano Fênix" reduziu a violência, graças à presença de militares nas prisões e nas ruas. Mas diversos atos de violência foram reportados no país neste fim de semana. 

No sábado, uma patrulha do exército foi emboscada na província de Sucumbíos (fronteira com a Colômbia), na qual um soldado morreu e outros três ficaram feridos. 

Na cidade andina de Latacunga (centro), a polícia evacuou um estádio onde estava sendo disputada uma partida do campeonato de futebol profissional, devido a uma ameaça de bomba. Após a inspeção, os agentes encontraram no estacionamento uma maleta que continha cinco cargas explosivas, que foram detonadas de forma controlada.

García, de 27 anos, fazia parte do movimento Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), que se pronunciou sobre o ocorrido. 

"Se é tão difícil para nós, imagino como devem estar suas famílias. Não tenho palavras", escreveu o ex-presidente na rede X. 

A ex-candidata presidencial Luisa González, do mesmo partido, afirmou: "Em estado de choque, ninguém está seguro no Equador".

Desde janeiro, quando foi declarado o estado de exceção, a força pública realizou cerca de 165 mil operações, mais de 12 mil detenções, matou 15 pessoas consideradas "terroristas" e apreendeu cerca de 65 toneladas de drogas, segundo dados oficiais.

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