Os Estados Unidos impuseram nesta quinta-feira (21) sanções econômicas à procuradora-geral da Nicarágua, "por ser cúmplice da opressão" do presidente Daniel Ortega ao confiscar propriedades dos opositores e decidir a quem concedê-las.

Ortega e sua mulher, a vice-presidente Rosario Murillo, governam "com um grupo muito unido de figuras confiáveis na polícia, no Exército e no parlamento", e a procuradora-geral, Wendy Carolina Morales Urbina, é um nome importante, afirmou o Departamento do Tesouro.

"A procuradora-geral da Nicarágua, em sintonia com o regime Ortega-Murillo, abusou de seu cargo para facilitar uma campanha coordenada com o objetivo de reprimir a dissidência confiscando propriedades de opositores políticos sem base legal", apontou o subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e a Inteligência Financeira, Brian Nelson.

As sanções contra Wendy, nomeada para o cargo por Ortega em maio de 2019, estão a cargo do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), que responde ao Departamento do Tesouro.

A Nicarágua se encontra sob sanções americanas devido à repressão aos protestos de 2018 contra Ortega, que está no poder desde 2007 e foi reeleito sucessivamente em votações questionadas pela comunidade internacional. Washington reprova o presidente nicaraguense por uma onda de prisões de opositores, muitos dos quais permanecem detidos ou foram forçados ao exílio e privados de sua nacionalidade.

Como resultado das sanções contra Wendy Urbina, todos os bens e participações em bens da procuradora-geral que se encontrarem nos Estados Unidos ou estiverem em poder ou sob o controle de americanos ficam bloqueados.

A procuradora-geral "é uma das vozes" do governo nos fóruns internacionais, nos quais defende "a retórica' do Executivo, que consiste em afirmar que os grupos de defesa dos direitos humanos "querem, supostamente, desestabilizar a Nicarágua", acrescentou o Tesouro.

O governo Biden já sancionou mais de 1.000 funcionários nicaraguenses e o setor do ouro.

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