O governo de Israel anunciou nesta sexta-feira (22) a apreensão de 800 hectares de terras no Vale do Jordão, na Cisjordânia ocupada, no mesmo dia da visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Esta é a maior apreensão de terras em território palestino desde os acordos de paz de Oslo em 1993, segundo a organização israelense contrária à colonização Paz Agora.

O ministro israelense das Finanças, o político de extrema direita Bezalel Smotrich, declarou a área em questão, no norte do Vale do Jordão, como "terras do Estado".

Israel ocupa a Cisjordânia desde a guerra dos Seis Dias de 1967.

"Alguns em Israel e no mundo tentam minar nossos direitos sobre Judeia e Samaria e o país em geral, mas estamos promovendo assentamentos com base no trabalho duro e de forma estratégica em todo o país", argumentou Smotrich, utilizando a terminologia israelense para a Cisjordânia.

Os assentamentos israelenses nos territórios palestinos são ilegais segundo a legislação internacional. Smotrich, que lidera o partido Sionismo Religioso, vive em uma colônia.

Apesar das muitas críticas no exterior, Israel reforçou a colonização em vários pontos da Cisjordânia, que atualmente é o lar de quase meio milhão de israelenses, no meio de uma população de quase três milhões de palestinos.

O comissário de Direitos Humanos da ONU relatou uma aceleração da construção nas colônias desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, e afirmou que isto dificulta ainda mais a criação de um Estado palestino viável territorialmente.

O próprio Blinken criticou a expansão da colonização como algo "contraproducente para alcançar uma paz duradoura" com os palestinos.

dms/mj/bfi/meb/an/fp/yr