A França expressou neste sábado (16) o seu desejo de que o Haiti organize "rapidamente" eleições, após a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry em um país confrontado com a violência descontrolada de gangues criminosas, indicaram fontes diplomáticas francesas.

Uma cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom) com representantes da ONU alcançou esta semana na Jamaica um acordo que prevê a formação de um conselho presidencial transitório como forma de saída da crise do país mais pobre da América.

Esse acordo "não será fácil de implementar, mas deve ser apoiado porque representa para o Haiti uma possibilidade histórica de sair do impasse por meio de uma fórmula inclusiva que englobe todas as forças do espectro político", disseram as fontes francesas.

"Podemos apoiar, mas não podemos decidir em nome dos haitianos. Desejamos que o povo haitiano organize eleições rapidamente", acrescentaram.

A França concedeu no ano passado uma contribuição de um milhão de euros (quase 1,1 milhão de dólares) para a polícia haitiana e prevê outros três milhões de euros em apoio ao desdobramento no país caribenho de uma missão policial internacional liderada pelo Quênia.

As gangues controlam áreas inteiras do Haiti, incluindo 80% da capital, e são acusadas de numerosos homicídios, roubos, estupros e sequestros extorsivos.

O país, que não realiza eleições desde 2016, está sem chefe de Estado desde o assassinato do presidente Jovenel Moise em 2021. Henry, que havia sido seu primeiro-ministro, permaneceu no poder até segunda-feira, quando renunciou.

As fontes francesas afirmaram que na reunião da Caricom houve um "consenso geral" para excluir do conselho presidencial "pessoas condenadas, acusadas ou sujeitas a sanções internacionais".

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