A Casa Branca anunciou, nesta terça-feira (12), um pacote de ajuda militar à Ucrânia de 300 milhões de dólares (1,5 bilhão de reais), à espera de que o Congresso americano desbloqueie os 60 bilhões de dólares (299 bilhões de reais) solicitados pelo presidente Joe Biden.

A primeira ajuda em meses de Washington, principal aliado de Kiev, incluirá mísseis antiaéreos, munição, projéteis de artilharia e blindados, segundo autoridades.

O anúncio é feito no dia em que Biden recebe na Casa Branca o presidente e o primeiro-ministro da Polônia, para lhes transmitir o apoio dos Estados Unidos à Otan e Ucrânia.

“Em nome do presidente Biden, anuncio um pacote emergencial de assistência à segurança, de armas e equipamentos no valor de 300 milhões de dólares, para atender a algumas das necessidades urgentes da Ucrânia”, disse o assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan. "O mundo está observando. O tempo passa e precisamos tomar medidas o quanto antes".

Congressistas republicanos bloqueiam o pedido de um pacote de ajuda de 60 bilhões de dólares, seguindo as orientações de Donald Trump, rival de Biden nas eleições presidenciais de novembro.

Funcionários da área da defesa afirmam que conseguiram os 300 milhões de dólares economizando em compras recentes do Pentágono, mas ressaltaram a necessidade de o Congresso aprovar os novos fundos.

“É um pacote relativamente pequeno, para dar à Ucrânia o mínimo do que necessita por um curto período de tempo”, comentou um funcionário do alto escalão da defesa, que não quis ser identificado.

- Alarme crescente -

Os aliados dos Estados Unidos se preocupam com o bloqueio no Congresso e com as ameaças feitas por Trump de cortar os fundos a Kiev se vencer as eleições presidenciais. Além disso, o republicano incentivou a Rússia a invadir os países da Otan que não cumprirem suas metas de gastos com defesa.

Moscou prossegue com sua ofensiva no leste da Ucrânia, onde ganhou terreno. "A Ucrânia não está ficando sem coragem ou tenacidade, e sim sem munição", ressaltou perante o Congresso o diretor da CIA, William Burns.

A guerra despertou temores na Polônia e em outros países do leste europeu de que a Rússia possa atacar um membro da Otan se vencer a guerra na Ucrânia. Antes de viajar a Washington, o presidente polonês pediu que os membros da Otan aumentem os gastos com a defesa para 3%.

A aliança do Atlântico tem uma meta de gastos com defesa de 2% do PIB, embora a Polônia já gaste cerca de 4% e os Estados Unidos gastem 3,5%.

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