O Quênia decidiu suspender o envio de policiais para o Haiti, que estava planejado como parte de uma missão internacional apoiada pela ONU para reforçar a segurança no país caribenho, assolado pela violência, informou, nesta terça-feira (12), um alto funcionário da chancelaria queniana.

Korir Sing'oei, principal secretário das Relações Exteriores do país africano, disse à AFP que houve uma "mudança fundamental nas circunstâncias como consequência da ruptura total da lei e da ordem e da subsequente renúncia do primeiro-ministro do Haiti", Ariel Henry.

Na noite de segunda-feira, Henry anunciou que deixaria o cargo, em meio aos constantes confrontos entre a polícia e as gangues armadas em seu país. Tanto estes grupos criminosos quanto parte da população haitiana pediam sua renúncia.

"Sem uma administração política no Haiti, não há ancoragem na qual se possa assentar um destacamento policial, portanto, o governo aguardará até que uma nova autoridade constitucional seja instalada no Haiti, antes de tomar novas decisões a respeito", acrescentou.

O secretário assegurou que o Quênia continua comprometido em "proporcionar liderança" à missão internacional, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em outubro.

Em resposta ao anúncio de Nairóbi, os Estados Unidos afirmaram não ver necessidade em adiar e missão e que um acordo de transição permitirá o estabelecimento de um novo governo, como quer o Quênia.

"É claro que eu ficaria preocupado com qualquer atraso, mas não achamos que um adiamento seja necessário", disse à imprensa o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Nas últimas semanas, a crise de segurança no Haiti se tornou ainda mais violenta, com corpos nas ruas, saques de insumos básicos e um receio crescente de fome. 

O Quênia havia informado que estava disposto a enviar mil policiais para o Haiti, mas este projeto enfrentou diversos obstáculos legais no país africano.

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