A Justiça francesa arquivou uma investigação aberta em novembro de 2022 sobre a suposta espionagem ao ex-presidente da Uefa Michel Platini por parte do Catar, informou o Ministério Público de Paris nesta sexta-feira (8).

A investigação, aberta por "violação de um sistema automatizado de dados" e do "sigilo de correspondência", foi arquivada porque tais crimes não puderam ser "suficientemente tipificados", explicou o MP.

Segundo o jornal Le Monde, que revelou a informação, o arquivamento ocorreu no dia 12 de janeiro.

A investigação começou depois que o semanário britânico Sunday Times revelou que Platini foi espionado em maio de 2019, pouco tempo antes de sua prisão preventiva pelas suspeitas de corrupção no processo de escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022, um caso no qual, até o momento, não foi formalmente acusado.

O ex-astro do futebol francês, que depois de pendurar as chuteiras se tornou dirigente esportivo, foi interrogado no dia 4 de janeiro de 2023 como testemunha.

Outras duas investigações sobre a suposta espionagem do Catar continuam abertas.

Em uma delas, a senadora francesa Nathalie Goulet denunciou que recebeu um telefonema de uma pessoa que "se apresentou como investigador, mas sem se identificar", e que sabia a senha de seu e-mail pessoal.

A parlamentar relacionou esta invasão a seus trabalhos sobre o islamismo radical e seus votos contra as convenções firmadas por França e Catar, uma delas de cooperação em segurança durante a Copa do Mundo de 2022.

A terceira investigação foi aberta a partir da ação movida pelo portal Mediapart e seu jornalista Yann Philippin, autor de várias investigações sobre o Catar e que afirmou ter sido vítima de várias tentativas de fraude na internet desde janeiro de 2020.

Segundo a investigação do Sunday Times, pelo menos 50 pessoas, entre elas jornalistas e advogados, foram vítimas de ataques cibernéticos para proteger a reputação do Catar.

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