As gangues armadas que controlam grande parte da capital do Haiti incendiaram um novo posto policial na noite de quarta-feira, em um novo episódio de violência de gangues que assola o pequeno país caribenho. 

A subestação policial atacada está localizada em Bas-Peu-de-Chose, um bairro de Porto Príncipe que sofre frequentemente ataques de gangues, disse à AFP Lionel Lazarre, coordenador geral do sindicato da polícia haitiana Synapoha. 

Os agentes do posto tiveram tempo de abandonar o edifício antes do ataque, disse este oficial, que garantiu que o ataque estava planejado desde o fim de semana passado. 

As gangues também incendiaram uma viatura policial e diversas motocicletas.

Pouco antes deste último ataque, o Conselho de Segurança da ONU manifestou preocupação com a situação "crítica" no Haiti. 

As gangues atacam há dias locais estratégicos do país, incluindo diversas delegacias. Um influente líder de gangue, Jimmy Chérizier, alertou na terça-feira que se o primeiro-ministro, Ariel Henry, não renunciasse, o país caminharia para uma guerra civil. 

"Ou o Haiti se torna um paraíso para todos ou um inferno para todos" declarou este ex-policial de 46 anos apelidado de ‘Barbecue’.

De acordo com uma contagem da Synapoha, desde o início dos ataques coordenados de gangues, 10 edifícios policiais foram destruídos e duas prisões civis foram atacadas e os presos fugiram.

Em meio ao estado de exceção e toque de recolher obrigatório noturno, com autoridades e escolas fechadas, muitos moradores tentam fugir da violência com os seus poucos pertences debaixo do braço, enquanto outros se aventuram apenas para comprar bens essenciais.

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