As autoridades dominicanas suspenderam, nesta terça-feira (5), as operações aéreas de e para o Haiti, em meio ao agravamento de uma crise que levou à decretação de estado de emergência no país vizinho após a fuga de milhares de presos em um ataque de gangues.

A Junta de Aviação Civil (JAC) informou, em um comunicado, que "suspende imediatamente as operações aéreas de passageiros e carga de e para a República do Haiti", o país mais pobre das Américas.

Sem fazer referência explícita à situação no Haiti, a JAC argumentou sua decisão citando convenções internacionais que estabelecem que cada Estado se "reserva o direito, em circunstâncias excepcionais, durante um período de emergência ou no interesse da segurança pública, de restringir ou proibir temporariamente e imediatamente os voos" sobre seu território.

As autoridades de Porto Príncipe declararam estado de emergência e impuseram um toque de recolher após a fuga de presos, em meio à crise gerada pelo terror que as facções têm semeados há meses.

A medida foi adotada no domingo à noite, depois que milhares de presos fugiram da principal prisão do Haiti, a Penitenciária Nacional, em um ataque de organizações criminosas.

Esses grupos criminosos - que controlam áreas inteiras do território - exigem a saída do primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, que deveria governar até o início de fevereiro como parte de um acordo alcançado após a morte do presidente Jovenel Moïse, assassinado em 7 de julho de 2021.

A República Dominicana também reforçou a presença militar nas fronteiras terrestres com o Haiti.

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