Dois ministros da ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez conseguiram a liberdade nesta quarta-feira (28), após declararem-se culpados e negociarem uma pena de dois anos no caso que investiga um complô contra o ex-presidente Evo Morales em 2019.

Alvaro Coimbra e Rodrigo Guzmán, ex-ministros da Justiça e da Energia, foram detidos em março de 2021, juntamente com Jeanine. Em dezembro, receberam uma sentença de dois anos de prisão, após admitirem sua culpa, em um acordo com o Ministério Público (MP). Eles eram os únicos ex-ministros do governo de Jeanine presos nesse caso.

Segundo o MP, houve um plano coordenado para pressionar Morales (2006-2019) a deixar o cargo em meio a acusações de fraude eleitoral, quando ele se candidatou para o quarto mandato. Jeanine, segunda vice-presidente do Senado à época, assumiu a presidência de novembro de 2019 até novembro de 2020.

Coimbra e Guzmán, que cumpriram os dois anos de reclusão em uma prisão de La Paz, gozaram do benefício de um processo judicial abreviado após aceitarem as acusações, evitando uma pena maior. Jeanine, por outro lado, alegou inocência. Acusada de sedição e terrorismo, ela recebeu em junho de 2022 uma sentença de dez anos de prisão.

Víctor Nina, advogado de Coimbra e Guzmán, disse que seus clientes solicitaram na semana passada "fazer uso do perdão judicial" e, "não havendo nenhuma objeção legal, o juiz concedeu tal extremo".

Figuras próximas a Morales protestaram contra a decisão judicial de conceder a liberdade aos ex-ministros. O ex-procurador do Estado Wilfredo Chávez publicou na rede social X que a determinação judicial "é uma traição infame".

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