A Organização Mundial do Comércio (OMC) consagrou, nesta terça-feira (27), novas regras que vão facilitar o comércio de serviços entre mais de 70 países membros, anunciou o comissário do Comércio da União Europeia, apesar das objeções iniciais da Índia e da África do Sul. 

O acordo visa simplificar as regras administrativas e técnicas que as empresas enfrentam. 

Espera-se também que ajude a reduzir os custos do comércio global de serviços em mais de 110 bilhões de euros (119 bilhões de dólares ou 592 bilhões de reais) por ano. 

A sua integração nas regras da OMC implica que os 164 membros da organização deram a sua aprovação.

"Alcançar este resultado (...) e integrá-lo à OMC não foi fácil", declarou o comissário do Comércio da UE, Valdis Dombrovskis, durante a 13ª Conferência Ministerial da organização em Abu Dhabi. 

"Enfrentamos a oposição de dois membros da OMC", mas um "espírito de compromisso" acabou por suavizar os obstáculos, acrescentou, sem nomear nenhum país. 

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, agradeceu "à Índia e à África do Sul por terem encontrado um caminho a seguir" e chamou os serviços de "futuro do comércio".

As exportações globais de serviços estão avaliadas em mais de 6,5 trilhões de dólares (32,3 trilhões de reais), representando 23% do comércio mundial total, segundo a UE. 

O acordo se aplica aos 71 Estados-membros que assinaram a iniciativa, mas empresas de outros países-membros também podem se beneficiar. A China, os Estados Unidos e a UE estão entre os 71 signatários. Índia e África do Sul não assinaram. 

A Costa Rica, responsável por liderar as negociações sobre o acordo, classificou o pacto como um "verdadeiro sucesso" para a OMC. 

"É o primeiro resultado da OMC na área de serviços em mais de 25 anos. É um verdadeiro sucesso para esta organização", declarou o ministro do Comércio Exterior da Costa Rica, Manuel Tovar.

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