O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, planeja visitar a Venezuela este ano, afirmou, neste sábado (24), em Caracas, seu chanceler, Hakan Fidan, sem especificar uma possível data.

Erdogan e seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, têm mantido uma estreita relação política em meio à bateria de sanções impostas pelos Estados Unidos ao país caribenho.

"Neste ano (...), nosso presidente vai visitar a Venezuela. Isso é o que planejamos", comentou Fidan após se reunir com seu homólogo venezuelano, Yván Gil.

"A Venezuela desempenha um papel muito importante nos planos da Turquia nesta região" e "temos muitos temas nos quais colaborar", acrescentou o ministro das Relações Exteriores turco, que na noite de sexta-feira foi recebido por Maduro no palácio presidencial de Miraflores.

Os chanceleres anunciaram "progressos" na cooperação bilateral em energia, petroquímica, mineração e turismo, sem fornecer maiores detalhes.

É "uma relação que no ano passado resultou em mais de 800 milhões de dólares (3,99 bilhões de reais em valores da época) em comércio bilateral e os presidentes instruíram para que esse valor alcance 3 bilhões de dólares (14,9 bilhões de reais) este ano", expressou Gil.

Na sexta-feira, Maduro descreveu como "excelente" seu encontro com o chanceler Fidan.

"Estamos consolidando uma forte amizade com uma agenda de trabalho árdua, acordos concretos e conquistas tangíveis que, na ação e na prática, visam ao bem-estar compartilhado de nossos povos. Continuamos juntos nesse caminho", publicou o presidente nas redes sociais.

Erdogan visitou a Venezuela em dezembro de 2018 para demonstrar apoio a Maduro, depois que os Estados Unidos e vários países da União Europeia não reconheceram sua reeleição, no mesmo ano, devido a denúncias de fraude da maior parte da oposição.

"A Turquia está ao lado da Venezuela nisso", declarou o governante na época, rejeitando as sanções de Washington.

Maduro retribuiu a visita a Erdogan em 2022 e convidou o governo e as empresas turcas a investirem em seu país durante uma grave crise econômica.

Os Estados Unidos flexibilizaram suas sanções ao petróleo, ouro e gás da Venezuela após um acordo entre o governo chavista e a oposição visando às eleições presidenciais deste ano, em uma mesa de negociações mediada pela Noruega.

No entanto, porta-vozes da Casa Branca anunciaram que as sanções podem ser retomadas devido a uma inabilitação que impediria a principal candidata da oposição, a ex-deputada liberal María Corina Machado, de concorrer.

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