As últimas negociações entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas para um cessar-fogo em Gaza "não foram muito promissoras", admitiu neste sábado (17), em Munique, o primeiro-ministro do Catar.

"Acho que chegaremos a um acordo muito em breve. Contudo, os padrões dos últimos dias não foram muito promissores", declarou Mohammed bin Abdulrahman al Thani na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.

"Vamos continuar sempre sendo otimistas, sempre empurrando [para conseguir uma trégua]", acrescentou Al Thani, cujo país tenta há meses trabalhar como mediador, ao lado de Estados Unidos e Egito, para conseguir uma trégua em Gaza.

"O dilema que estamos enfrentando e que, infelizmente, foi usado de maneira errada por muitos países é que um cessar-fogo está condicionado a um acordo sobre os reféns. Não deveria ser assim", declarou.

Israel está decidido a prosseguir com sua ofensiva contra o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, e apenas encara uma trégua com o objetivo de trocar os reféns capturados pelo movimento islamista por palestinos detidos em Israel.

A guerra explodiu após o ataque do Hamas em 7 de outubro em Israel, no qual os milicianos mataram 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço estabelecido pela AFP com base em dados oficiais israelenses.

Os comandos islamistas também capturaram 250 pessoas, 105 das quais foram trocadas por 240 presos palestinos em uma trégua de uma semana no final de novembro. Israel afirma que 130 pessoas permanecem retidas e que 30 delas morreram em cativeiro.

Em resposta ao ataque, Israel lançou uma ofensiva em Gaza que já deixou 28.858 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

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