O ex-presidente Jair Bolsonaro convocou seus seguidores para um "ato pacífico" em 25 de fevereiro em São Paulo, para se defender das "acusações" em uma investigação sobre uma suposta trama golpista.

"No último domingo de fevereiro, dia 25, às 15 horas, estarei na Avenida Paulista realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado democrático de direito", disse o ex-presidente em uma mensagem de vídeo divulgada em suas redes sociais.

No evento, "quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas a minha pessoa nos últimos meses", continuou.

Na última quinta-feira, Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) como parte da investigação por seu suposto papel articulador em uma trama golpista. O ex-presidente está proibido de deixar o país.

A divulgação na sexta-feira de detalhes sobre o suposto plano o deixou particularmente exposto.

Mais do que um discurso, Bolsonaro diz querer fazer na Avenida Paulista uma demonstração simbólica de força: tirar "uma fotografia" com seus seguidores, "para mostrar ao Brasil e ao mundo" sua união, preocupações e desejos: "Deus, pátria, família e liberdade".

O ex-capitão do Exército, que está politicamente inelegível até 2030 por abuso de poder, tem sido alvo de numerosas investigações desde que deixou o poder - há 13 meses - apesar de permanecer como líder da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os investigadores acreditam que o suposto plano golpista começou a ser planejado muito antes de 8 de janeiro de 2023, quando milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, insatisfeitos com a vitória de Lula.

Uma gravação de uma reunião realizada em 5 de julho de 2022, divulgada na sexta-feira, mostra Bolsonaro exortando os ministros de seu governo a se engajarem em uma campanha contra as urnas eletrônicas, como ele próprio fez durante a campanha eleitoral daquele ano.

Apesar de ter sido considerado vítima de uma "perseguição" anteriormente, Bolsonaro pede a seus seguidores no vídeo que "não compareçam [ao evento] com qualquer cartaz ou faixa contra quem quer que seja".

Em vez disso, ele pede que usem "verde-amarelo", diz à câmera, vestindo uma camiseta da Seleção brasileira, que virou um símbolo de seus apoiadores nos últimos anos.

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