Dois ex-detidos afegãos da prisão militar americana de Guantánamo, na ilha de Cuba, retornaram nesta segunda-feira (12) ao seu país, mais de duas décadas depois da sua detenção, informou a família de um deles. 

Abdul Karim e Abdul Zahir desembarcaram nesta segunda-feira no aeroporto de Cabul vindos de Omã, para onde foram transferidos em 2017 e colocados em prisão domiciliar, disseram o filho deste último, Mohammad Osman, e membros do pessoal do aeroporto.

"Pela graça de Deus e pelos esforços dos líderes do Emirado Islâmico, ele voltou ao país", disse Osman. "Estou muito feliz", acrescentou. 

Abdul Zahir entrou em 2002 no controverso centro de detenção dos EUA de Guantánamo, inaugurado em Cuba após os ataques de 11 de setembro de 2001 em nome da "guerra contra o terrorismo", segundo autoridades afegãs e documentos americanos.

Abdul Karim foi transferido para o centro um ano depois, depois de ter sido detido no Paquistão e entregue às autoridades dos Estados Unidos. 

Os dois homens estavam em prisão domiciliar há sete anos em Omã, sem direito a viajar, segundo o porta-voz do Ministério do Interior afegão, Abdul Mateen Qani. 

"Graças aos esforços do Emirado Islâmico do Afeganistão, as restrições impostas foram suspensas e eles regressarão ao seu país natal", disse na rede social X no domingo. 

Havia até 780 detidos na prisão de Guantánamo, que tornou-se famosa pelos seus métodos brutais de interrogatório, classificados por muitos como tortura.

A maioria dos detidos foi libertada ao longo dos anos, incluindo alguns dos membros do governo talibã, no poder no Afeganistão. 

A administração Biden trabalha para reduzir o número de detidos com o objetivo de eventualmente fechar a prisão.

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